sábado, 15 de maio de 2010

Grande Ato

Fui na grande manifestação ontem. Estava muito bonita, emocionante até. Chegando no centro havia muita gente como era de se esperar, mas não deixa de ser um pouco assustador. Muitos jovens pulando de um lado, polícia do outro, parecia as guerras de filmes medievais. Estávamos Marina, Luiz e eu, achamos várias pessoas e formamos o nosso grupo por todo o percurso. Berrávamos a plenos pulmões, todos com o mesmo sentimento de estar sendo roubados, de querer fazer justiça e creio que essa seja a única forma de reivindicação que talvez funcione. O povo não sabe o poder que têm nas mãos, o governo, a prefeitura e afins precisam do povo pra exercer suas falcatruas, mas cabe ao povo aceitar isso calados ou não. A maioria das pessoas reclamam que estão pagando caro, mas cruzam os braços. Tudo bem, é uma escolha, mas quando reclamam de quem está tentando fazer alguma coisa, isso sim me indigna. Porque não é só para os estudantes que é feito isso, é pra toda população: trabalhadores, motoristas, estudantes, cobradores, policiais. Estamos todos na mesma merda. E podem justificar dizendo que só serve pra fazer arruaça. E que ninguém cuida de nada. Tá, esses são os "baderneiros", os que estão lá só pra agitar e jogar pedra em policial, ou jogar rojão pela janela do ônibus e que provavelmente são os que picham tudo o que veem pela frente. Porém a maioria não deve pagar pelo erro de alguns. Eu tenho a consciência limpa e fui pra lá em prol da causa, não fui a única, tenho certeza que a grande maioria foi por isso também. Não justifica dizer que não adianta nada. Não adianta é ficar sentado olhando arrancarem o dinheiro do seu bolso. Eu não sou rica, eu não ando de carro todo dia e não tenho 6 reais pra gastar com ônibus diariamente. O transporte público não melhora em nada com esses aumentos anuais, continuam as filas, as estradas por fazer, os horários escassos e os ônibus socados. Os aumentos,, teoricamente, seriam para os motoristas e cobradores, mas nem eles veem a cor desse dinheiro. Só quero os direitos que tanto falam que nós temos.

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