terça-feira, 13 de janeiro de 2015

É incrível como, muitas vezes, o que mais tememos é o que acaba acontecendo. É a ironia da vida que deixa aquele embrulho no estômago. De novo eu ali naquela sala, ouvindo o mesmo discurso, as mesmas desculpas de alguém que não quer se arriscar. Mas dessa vez já estou vacinada, afinal, já esperava por isso, era questão de tempo e eu quem escolhi prolongar. Óculos esquecidos na mesa, chave do carro, abraço apertado e um pedido "fica mais essa noite". O que custava já que o estrago já estava feito? As palavras se tornaram mais sinceras, o carinho mais prolongado, preferi não pensar, só presenciar o que estava acontecendo ali, entre aquelas paredes que ouviram nossa história, preenchidas de risos e choros. Mais choros, na verdade. Olhares trocados com um ar de nostalgia de quem sabe que não vão mais se olhar assim, nus, de corpo e alma. Beijos intensos com gosto de fim. E quando desci do carro pela última vez, desabei por saber que agora assim acabou, não tem mais recaídas, agora que sei que o amor existe mais que o medo de sofrer e de fazer sofrer é maior. Já aceitei, mas o que fica é uma tristeza cinza que pesa no peito, porém não resta escolha a não ser colocar um sorriso no rosto e seguir em frente e me permitir, finalmente, ser minha, só minha.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Os malabares guardados no armário, o violão e o skate encostados em um canto pegando poeira servindo como um lembrete constante do que quase é e fica sempre pra amanhã. Pedaços de vida guardadas pra depois, ou melhor, guardados dentro da cabeça, idealizados, em um lugar onde ninguém pode estragá-los, porém, onde também não existem. Mas a consciência de que as coisas tem sido assim pelo menos já é um começo. A procastinação já não é mais uma escolha pra quem tem sede de plenitude. As desculpas já estão mais que esfarrapadas. A chuva cai forte lá fora, enquanto aqui dentro penso em tudo que tem acontecido. No peito uma tristeza mansa de quem teve que abrir mão de alguém importante por amor à alguém mais importante ainda: eu. Sim, admito que ele faz falta, mas de restos não quero mais saber, ou me queira toda ou não me queira, esses amores mornos já não me satisfazem. De agora em diante carrego só o que não pesar na bagagem. Meus pés coçam pela estrada, a alma quase que vai sozinha seguir seu rumo por aí. Não é fugir daqui, é me encontrar lá em terras estranhas que escondem histórias e infinitas possibilidades. Que venham então, sem forçar, no seu ritmo, enquanto eu aprendo e entro nessa dança gostosa que é se entregar nas mãos de algo muito maior.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Entendendo o que é a polaridade. Nem bom, nem mau, apenas dois lados da mesma moeda. A tendência é ver um só desses lados e isso é que faz sofrer, isso que dá câncer, gastrite e dor no coração. Conhecer-se, expandir, expulsar. Meditação, não fugir, canalizar. MUDANÇA. "Muda que o mundo muda com a gente.". E o meu mundo já é bem diferente do que costumava ser, porém estou em um processo, largar mão de pensamento tóxico, desapegar do controle de tudo, do que já foi, do que será. Processo longo, doído, agora vejo porque é mais fácil esconder tudo embaixo do tapete, é cômodo, mas a angústia de ter alguma coisa errada fica ali, latente, e eu quero puxar ela pra fora junto com tudo que tiver que ir embora. Existir por existir é um pecado! Que temos feito com a vida que lateja em nós? Nos auto destruímos à troco de que? Somos divindades esperando pra serem anjos, mas o ponta-pé inicial quem dá sou eu, aqui, nesse plano. Gratidão, gratidão, gratidão! É lindo ter essa oportunidade de começar a desvendar os olhos e perceber, aos poucos, a essência de ser.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Um monte de coisas passando pela cabeça. Oscilação de humor constante entre o estado depressivo e "tudo bem, eu vou superar.". Passa, mas antes há um processo para entender que nada está sob controle, nem meu, nem de ninguém. Confusa, procuro o jeito mais sensato de me organizar. Li, estudei, limpei a casa, passeei com o cachorro, mas nada tirou essa sensação de amor não correspondido à altura. Não sabes usar muito bem as palavras, preferes o silêncio, nessa hora vi a criança que habita em ti, condicionado a não saber se expressar sobre o que sente. Mas eu entendo teus gestos e respeito a tua confusão, teu abraço e teu beijo me bastaram. Por hora fico aqui, tentando não criar expectativas e usar essa angústia para me conhecer melhor.

domingo, 10 de novembro de 2013

Escrever, ato difícil de arrancar palavras que expliquem sentimentos, um vômito interno de quem quer explodir de tanta coisa que guarda dentro de si, infinitos pensamentos que me cercam a aura, meus ou não. Ideias e ideais acompanhados de imagens mentais, vindas do passado e do futuro. Como escutar a voz da intuição mergulhada em tanta sujeira psíquica? A centelha divina fica camuflada dentro de tanta confusão. Recorro à meditação, mas meditar é um ato de teimosia contra a própria mente, pois quando tento parar o diálogo interno, repentinamente lembro de um milhão de coisas para fazer, começa a coçar a cabeça, a doer a coluna. O mundo físico te puxa, te quer entretido nele, é tão mais cômodo não é verdade? Pois é, se eu ainda enxergasse o mundo de maneira materialista me deixaria levar, mas algo lá no fundo me deixa inquieta, há muito a ser feito, porém não sei por onde começar. Pelo menos as palavras ajudam, levam nelas um pouco de minha ansiedade. Sei que há um caminho longo pela frente de mudanças, partes minhas que precisam ser lapidadas e postas à luz da consciência para serem transmutadas em sentimentos bons. Degrau a degrau vou indo e tentando não me ver como o umbigo do universo. Tomando tombos e tapas que me trazem mensagens: sem humildade você não vai à lugar algum. Nada é meu, nem meu corpo, nem meus pensamentos. É a essência que eu busco, vacilante e errante, mas com intenções de melhorar, quem sabe, esse já seja um bom começo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013


Muito papo, pouca ação. Muito corpo pelado e coração tapado. Frases feitas e a bunda na cadeira do computador. Nunca o sentido visual foi tão utilizado como agora, se não é visto não é lembrado e se é visto é montado na roupa simetricamente largada para dar um ar de descolado, ou no cenário que demonstre o que querem passar, que geralmente é a mesma coisa: imagens de momentos felizes pra fingir que sua vida também é assim, as micro-ondas cibernéticas se tornaram uma segunda vida para substituir as frustrações da primeira. O supérfluo se tornou bonito, a opinião dos outros virou mais importante e a construção de uma imagem refletida sobre a retina alheia é o que manda na era moderna, e o que é interno foi escondido e o deixaram vazio, fecharam as portas de dentro para enfeitar o lado de fora. Difícil é não se deixar levar, sem hipocrisia, pois se falo dos outros falo de mim também, afinal, faço parte desse todo. Mas lá no fundo bate a angústia de querer ser diferente, de voltar às origens, de ser criança novamente, quero ter esperança de que nem tudo está perdido, porém para isso é preciso limpar-se de dentro para fora, tanto tempo acostumada a ser motivada pelo ego torna mais difícil mudar os hábitos. É preciso mais do que mudar, é preciso morrer. Temos que matar o que nos faz não sermos nós mesmos, mas sinto que não estamos sozinhos nessa, há um poder maior, um plano direcionado para a evolução, meta essa que parece tão distante em um mundo considerado real, onde você é tirado para louco e antiquado se tenta ser menos materialista e ter princípios. Cansa, porque não é rápido, muito pelo contrário, é uma morte lenta do eu, há uma grossa e pesada camada de pensamentos e ilusões sobre o túnel interno de luz a que devemos chegar, é uma guerra constante entre o leão e o cordeiro que habitam dentro de nós.  Falta por-se no seu lugar para não olhar ninguém de cima para baixo, todos somos seres amedrontados que tentam disfarçar seus traumas e enxergar os defeitos dos outros para justificar os próprios, tentando assim sentirem-se melhor. Falta olhar além do rosto e das formas do corpo e perceber, lá bem no fundo, a pureza da essência divina que há em cada indivíduo. Falta humildade para reconhecer a futilidade contida em nossas preocupações diárias, se tocar que elas passam e o tempo e espaço continuam eterna e gigantescamente. Falta parar de lavar as mãos em relação ao meio ambiente e reconhecer o nosso papel como animais e como pequenos átomos de um organismo infinito. Falta respirar mais e pensar menos, é necessário doar-se para se sentir leve, é crucial dançarmos a dança dos chackras para finalmente abrir a consciência e perceber como tudo é interligado, e para fechar a receita falta desapego, largar mão do orgulho, da ira, da inveja, temos que voltar ao que é original, botarmos mais os pés no chão, sentir a terra, o vento, sentir a chuva, o calor da luz. Nada disso é fácil, mas está longe de ser impossível, pois fomos criados para isso, resta-nos apenas recordar para despertamos de vez. No percurso da história até hoje tudo foi ficando mais complexo, mas foi preciso passar por tudo isso para por fim percebermos que a evolução encontra-se na simplicidade.  

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O olho da mente que se abre e tudo vê. Cores, sons, cheiros, tudo vivo num só ser, uma corrente elétrica que passa e interliga nossa espinhas dorsais. O batuque de tambor soa sob os pés de quem dança. O grave tilinta nos tímpanos. Percepção do que é tão claro, tão em embaixo do nariz que não conseguimos enxergar.  Chega de drama de controle, energia gasta em vão, que vai em vem sem parar em alguém, um perde outra ganha, como os átomos. Não existe estabilidade sem uma fonte natural de energia limpa das influências falhas do ser humano. Leve, leve feito uma pena, sensação de flutuar, o corpo transcende essa dimensão e se entrega ao organismo vivo do qual fazemos parte. Tudo é onda. Imagem, fazemos tudo pela imagem de quem somos, e não somos, parecemos ser. E quando se encontra alguém assim, tão vazio a ponto de tirar o que lhe preenche, agradece-se ao Universo por lhe mandar um guia, pois não há nada que exista no outro que não tenha pelo menos um pouco em nós também. Orientar-se. Estou a caminho do destino certo, é o que diz minha intuição, sigo andando e positivando minha fé.

domingo, 19 de agosto de 2012

       O corpo resolveu levantar quando no relógio já batia duas da tarde. no travesseiro ao lado não havia ninguém, um sábado realmente estranho, o primeiro afinal.
       Algum tempo atrás - nem tão atrás assim - nossos sábados eram melhor empregados. No último que passou foi também o último em que te vi. Tão amedrontado, via o medo nos teus olhos de menino. Qual a loucura que teus olhos escondem? Eu fui a causa ou a gota d'água? Perguntas que não tem como serem respondidas, não agora. Também não há nada que se possa fazer a não ser esperar, enquanto isso a cabeça vira uma tortura, pensando nos erros, pesando os efeitos. Hora querendo os defeitos de volta e a cama preenchida também, as discussões e os banhos demorados. Hora querendo abrir a cabeça e te tirar de lá, sem dó, depois esperar a cicatrização.
       Nesse redemoinho de sensações encontra-se a minha perdição. Mente confusa, reorganizando as ideias que nem sei se já foram um dia organizadas. E minha maior certeza agora é a falta que você faz,  mas aos poucos, vai sendo preenchida com outros sentimentos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lembrete: Não confiar em ninguém.