Escrever, ato difícil de arrancar palavras que expliquem sentimentos, um vômito interno de quem quer explodir de tanta coisa que guarda dentro de si, infinitos pensamentos que me cercam a aura, meus ou não. Ideias e ideais acompanhados de imagens mentais, vindas do passado e do futuro. Como escutar a voz da intuição mergulhada em tanta sujeira psíquica? A centelha divina fica camuflada dentro de tanta confusão. Recorro à meditação, mas meditar é um ato de teimosia contra a própria mente, pois quando tento parar o diálogo interno, repentinamente lembro de um milhão de coisas para fazer, começa a coçar a cabeça, a doer a coluna. O mundo físico te puxa, te quer entretido nele, é tão mais cômodo não é verdade? Pois é, se eu ainda enxergasse o mundo de maneira materialista me deixaria levar, mas algo lá no fundo me deixa inquieta, há muito a ser feito, porém não sei por onde começar. Pelo menos as palavras ajudam, levam nelas um pouco de minha ansiedade. Sei que há um caminho longo pela frente de mudanças, partes minhas que precisam ser lapidadas e postas à luz da consciência para serem transmutadas em sentimentos bons. Degrau a degrau vou indo e tentando não me ver como o umbigo do universo. Tomando tombos e tapas que me trazem mensagens: sem humildade você não vai à lugar algum. Nada é meu, nem meu corpo, nem meus pensamentos. É a essência que eu busco, vacilante e errante, mas com intenções de melhorar, quem sabe, esse já seja um bom começo.
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