terça-feira, 8 de junho de 2010

Meu feriado pode se resumir em duas palavras: viagem e velório. Viajei por quatro horas pra chegar lá e ver alguém que já não respirava mais, não era meu parente, na verdade nem o conhecia, mas fui em apoio de algumas pessoas. Ele já era de idade e deixou uma família enorme e a sua companheira de uma vida toda, já estava muito doente e, infelizmente, talvez a morte tenha sido a melhor saída. Como é de costume em situações assim a gente começa a refletir sobre a morte e no estrago que ela causa , não tanto na vida de quem morre, porque, particularmente, morrer é uma sorte às vezes, mas na de quem fica. Ter que se acostumar com uma nova presença: a ausência, uma companheira de estrada. Ter que mexer nos bilhetes, nos cadernos de pensamentos e saber que não terá nada mais escrito ali, ter que mexer também nas gavetas mentais, na esperança de ter um pouco de quem se foi na lembrança, pelo menos ali vai estar vivo.
Enfim, um vazio que pode bagunçar tanto a vida de um casal idoso quanto a vida de um menino de 19 anos com um futuro promissor. Claro que tudo isso ia me trazer ele a mente, nosso Rob, pensei muito nele durante a cerimônia, associá-lo com a morte ainda é surreal pra mim, mas é o que resta a fazer, se acostumar, a ausência dele será sempre um vácuo, uma perda irreparável e toda a reviravolta que a morte dele causou faz com que cada atitude minha tenha um peso dobrado, tudo tomou ares de coisa séria. Se eu pudesse dizê-lo alguma coisa, só poderia dizer:
me desculpa.

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