terça-feira, 10 de agosto de 2010

quando eu abro a janela
quando eu abro o jornal
eu vejo a cara dela:
a terceira guerra mundial

jogam bombas em nova iorque
jogam bombas em moscou
como se jogassem beijos pra torcida
depois de marcar um gol

falam tanto sobre guerra e paz
mas tanto faz falar ou não
todas as bombas e os generais
são restos mortais da civilização

rebeldes sem rebeldia
viciados em anestesia
fantasmas sem fantasia
gripados na guerra fria

pão e circo, que pé no saco
quem não fica frio, fica fraco
procuro entender qualé a desses caras
procuro um cigarro no bolso do casaco

em todo lugar, um pedaço do fim
um furo de bala, um muro de berlim
muito sangue sai da tela do drive-in:
um filme de guerra, um filme sem fim.

2 comentários:

  1. Um sonho que se perdeu
    Outro que avança
    e em tudo o que se teceu
    não há olhos de criança.

    Um sorriso que se desvaneceu
    um outro que dança
    e de tudo o que se conheceu
    não restou uma lembrança.

    Uma palavra que se apagou
    uma outra que se acendeu
    e de tudo o que ficou
    resto o nada que se venceu.

    Um jogo que se esgotou
    um outro que se inventa
    e de tudo o que o livro fechou
    resta a boca sedenta.

    Uma arte que acabou
    e outra que se alimenta
    e de tudo que o pincel pintou
    resta o branco da sebenta.
    Jorge Manuel Brasil Mesquita
    Lisboa, 10/08/2010

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  2. Engenhosa a sua crítica. Gostaria de saber como fica cantada. Todos por um país melhor, ou não.

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