sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um eterno ciclo

Tenho observado as pessoas.
Minha posição proporciona isso. Vejo os rostos sérios, fitando algo pra disfarçar a verdadeira falta do olhar. Enquanto isso observo vidas em papéis, dúvidas em caminhos tortos, simples pessoas. Como uma fila indiana elas passam por mim, quase não me olham, simplesmente seguem em frente com suas vidas iguais que lhes parece única e cheia demais para poderem olhar para o lado.
Vejo passos ritmados, como um exército, todas as faces são parecidas depois de cinco minutos observando, difícil distinguir quem é quem, com seus uniformes e belezas comuns, creio já ter visto um único rosto em vários outros, e as roupas sempre as mesmas, as lojas e os destinos, diferença pra que? Muita atenção para si as vezes não é bom, principalmente quando se quer ser aceito no grande grupo, tenho que vestir igual, pensar igual, ser igual, assim me torno membro da sociedade, serei normal, é cômodo assim para mim. Ah, e a diferença que essas pessoas poderiam fazer? Fica retida em suas cabeças aparentemente racionais, atrofia-se, e assim suas vidas seguem para o próximo compromisso do dia.

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