segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nove horas. Não muito tarde. Ainda tínhamos tempo. Lembro de ouvir dois pares de passos caminhando lado a lado em direção a um lugar mais alto. Lá de cima eu via tudo, desde formigas apressadas até os letreiros de motéis que reluziam fortes em nossa direção. Primeira vez que esses dois seres estavam sozinhos desde muito tempo, já nem me lembrava mais desde quando. E assim pretendemos permanecer, livres. Ah, há quanto tempo não sentia isso, liberdade. Mas então eu voei para longe, para onde não lembrava o que havia mudado, o que desencadeou os fins. Sobrevoei as luzes da ponte, elas já não eram fixas, não na minha visão, tremeluziam vivas.
- Aqui faz-me lembrar de outras épocas. - Senti um leve mal estar, mas logo nostalgia cercou tudo que eu sentia, uma saudade do que já nem sei se existiu, porém minha memória tratou de esquecer. Ali, livres, rimos até doer a barriga. Fases, tudo são fases e essa passou, ao perceber isso uma vontade de gargalhar alto me invade.
- No fim somos sempre nós que ficamos.


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