quarta-feira, 16 de março de 2011

Ciclo.

Mudaram os ventos, mas a rotina bate na minha janela todas as tardes. Mudaram as estações e o frio me lembra você. Pois o calor nunca foi nosso, de quente já nos bastávamos. Mudaram as pessoas, e as pessoas mudaram, não necessariamente evoluíram. Mudaram os ares, mas a nostalgia ainda nasce todos os dias quando percorro ruas que me remetem a histórias de uma vida que nem parece que foi minha. Mudaram os interesses, mas os sonhos ainda estão guardados. Mudaram as necessidades e as responsabilidades. Os nossos ideais não são mais os mesmos. As nossas cabeças correm a um milhão de pensamentos por segundo. Quilômetros de idéias e pouco tempo para percorrê-las. Mudaram as histórias, mas a melancolia permanece. Mudaram os afetos e pouco a pouco se curvam os caminhos em direções opostas, talvez. Tudo se vai sem dizer adeus, sem uma despedida decente. Cabe a nós nos adaptarmos. É o que fazemos de melhor. Mudaram os amores, mas não necessariamente as dores. Mudaram os desejos e a carne pulsa mais e mais. Mudaram as urgências. Mudaram as saudades, ela só cresce. Enfim... Mudaram... Mudamos... Tudo muda sem sair do lugar. Tudo muda sem nada mudar. Se parar para pensar são os mesmos ciclos, os mesmos dias, mas você sabe, bem lá no fundo, que nada vai ser como era antes.

Um comentário:

  1. e o vai e vem da vida nos leva a crer que não existe alternativa senão baixar a cabeça e deixar o mundo dar o seu giro.

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