As cartas que eu não mando.

Desfecho nada, é começo. O tempo passa, o tempo só faz passar, mas o resto é lento se levar em consideração o cotidiano. É um tic-tac que nos prende. Luz lá fora, não dá pra olhar. Respiro de alívio quando passado o sufoco. A forma que o sujeito agiu me deu náuseas, arrependimento por ter ido tão depressa, fui com sede de oceanos a um pote pequeno demais. Mas fui em favor a minha saúde emocional, ela precisava de um tempo pra ficar nem aí, não se preocupar com nada em relação ao que teima em perdurar, agora de outra maneira, claro. Não somos mais os mesmos, ao morrer e nascer das células somos feitos de novo. O tempo passa pra gente apanhar um pouco e aprender. Tô ficando vacinada. Devo pensar com mais sensatez então? Olha, não sei mais dessa resposta do que sabia há um tempo atrás, nem me interessa saber. Prefiro só presenciar a vida, cena a cena.