segunda-feira, 7 de novembro de 2011

  Lá no alto, cercada por paredes, via-se uma boa extensão da praia, a vegetação ziguezagueava feito cobra, um labirinto a céu aberto. À frente uma ilha menor até que a sua, acima dela o céu clareava veloz como se o dia tivesse pressa de chegar. As ondas marrons demonstravam sua força no vai e vem da rebentação e uma viva alma se aventurava por elas, provavelmente feliz por valer a pena ter levantado cedo, é que o sol recém acordado faz o mar ficar de bom humor. 
  Ela mirava a cena sem sair do lugar, suas pupilas dilatadas não a permitiram dormir, a noite havia sido longa, mas os dias passavam na velocidade de um pavio curto e o seu mundo não parava de virar de pernas para o ar. 
  Por fim decidiu ir até a beira d'água, um calafrio percorreu seu corpo, era a brisa que vinha lhe deixar mais leve. Correu pela areia fofa, molhou-se até a cintura na água gelada, sentou-se então para só observar. O sol subindo, as nuvens dançando, e ela ali, pequena, sabendo ser um nada comparada a força da natureza. E em meio a um turbilhão de acontecimentos, na eterna dúvida do que é certo ou errado, sem nem saber o que fazer dali para frente, ela esvaziou-se, fechou os olhos, respirou fundo sabendo que este mundo que se faz complicado, nada mais precisa do que voltar ao seu natural, e assim sem conseguir concluir-se, sorriu com uma leveza invejável que há muito não sentia e então ela sabia, lá no fundo, que é no simples do complexo que se encontra a felicidade.

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