terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lentes,
de contato,
de câmera,
a lente dos olhos,
atenta aos passos,
em busca de algo por trás dos óculos de sol.
Sol. Chuva. Sol. E assim por diante.
Máquinas agem,
aceleram,
buscam a febril urgência de estar em ação.
A todo vapor.
Consome-se, sem trégua.
Nas sacolas mais uma embalagem descartável.
Ruas, poços de panos exibidos.
Entre olhos e óleos,
sais e doces,
vais e vens.
Vens e ficas pelo menos um pouco desta vez.
Te peço, com a voz calma e o peito pianinho,
quase como uma prece.
Ponteiros: dois.
Tiquetaqueia meu pulso.
Artéria.
Arte.
Ar.
A... Há alguém em mim. Sou eu.
Dentro da pele a veia quer saltar.
Suor frio, olhos fechados, momento intenso.
Idade pro fundo.
Profunda é a idade.
Profundidade de se ser quem realmente é, sem máscaras ou frases feitas.
Frases feias.
Fases.
Da Lua, de lua.
Fases da vida que não passam, ou que passam sem a gente querer.
Aceitar que nada gruda na palma da mão.
Voa com aquela ventania não esperada.
Metáforas.
Metas.
Setas que indicam o caminho.
Qual o meu?
E o seu?
Linhas. Desvio.
Reta. Retorno. Re-trono.
Trono do rei que comanda.
Zumbis sem escolha, amedrontados pela força da lei e acomodados pela preguiça do conhecimento.
Mas a lei vem do bruto e o bruto precisa ser lapidado.
Amaciado.
A massa.
A asma mental.
Bombardeio de informação para não sabermos de nada. Nos dividimos entre céticos e neutros-boca-moles.
Cuidado. Leia a bula e veja as contraindicações.
Duvide, mas não desacredite, pois apesar da piranóia que é viver, a vida continua sendo bela.
Calma, dá um dez que falta vinte para o tempo passar. E mudar. E surpreender.
A cada momento me defino pelo que sinto.
Amanhã já não me defino mais.
Nunca mais.
Amanhã não existe, nem ontem, só o espaço entre os dois.
E quando for seu último dia olhe para trás, vai ter valido desde o primeiro?
Quantos pores-do-sol você viu?
Quantas vidas você já sentiu?
Se envolveu.
Se entregou e aí então o coração partiu. Gelou. Fechou pra qualquer malandro.
Dá uma colher de chá. És humano também, sabes como é, porém não sabes o que se passa na cabeça dos outros. Isso enlouquece qualquer um.
Por fim vazio, descanso. Um pouco de inércia até que a vida tente te botar no eixo.
Enfim...Mas enquanto isso esquece a nóia, vive a pira e mantem a cabeça sempre em ação.

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